Sob o governo Bolsonaro, Brasil não atinge meta para nenhuma das principais vacinas infantis
Notícia publicada dia 01/08/2022 13:17
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No próximo sábado, 08/08, será iniciada a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. O dia 20 de agosto foi indicado como o dia D da vacinação – e vai até 09 de setembro
A última vez que o Brasil atingiu a meta de vacinar 95% das crianças nascidas com o imunizante injetável foi em 2015, esse triste dado retrata a situação vivenciada pelo abandono das políticas públicas e campanhas sobre a importância da vacinação
O SINTECT-SP reforça a importância dos pais e responsáveis por crianças menores de 15 anos de idade na Campanha nacional de vacinação contra a paralisia infantil (Poliomielite) que começa no próximo dia 8 de agosto e vai até 9 de setembro
A Campanha de vacinação também é uma ótima oportunidade de os pais atualizarem o calendário vacinal das crianças com outras vacinas que estão vencendo ou em atraso.
Infelizmente o Brasil está entre os dez países com mais crianças que não estão em dia com o calendário vacinal. No país, três em cada dez crianças não receberam vacinas necessárias. Isso significa que 70,4% das crianças receberam ao menos a primeira dose da DTP, ou pentavalente, ou seja, aproximadamente 700 mil crianças não receberam nenhuma dose da vacina.
Se o percentual do país indica um cenário em que três em cada 10 crianças não foram vacinadas, a situação pode ser pior em uma leitura regional. Enquanto, no Sul, a proporção é de 79%, no Norte, é de 61%. O estado em pior situação, segundo o painel de dados, é o Amapá, onde o percentual é de apenas 44% de bebês imunizados.
Segundo a Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell, “a saúde das crianças está em perigo. Estamos vendo a maior queda sustentada da vacinação infantil durante uma geração”, disse.
Dados alarmantes do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), confirmam que as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.
E ano a ano, a cobertura foi caindo drasticamente para menos de 90%, chegando 84,19% em 2019. Mas o pior cenário ocorreu durante em 2020, sob a confusão e negacionismo criado no Ministério da Saúde com Bolsonaro, impactando a cobertura de diversas vacinas e fez com que o imunizante chegasse a menos de 70% dos bebês nascidos em 2021, com 69,9% deles vacinados.
A paralisia infantil foi erradicada, mas pode voltar
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, não leva à morte, mas deixa sequelas no sistema nervoso como paralisia irreversível, principalmente nas pernas. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
“Só existe uma maneira de prevenir pólio, que é através da vacinação. Mas com uma vacinação muito baixa, tem mais gente suscetível. Se temos quase 3 milhões de crianças nascidas vivas por ano, e se temos uma vacinação de 60%, temos 40% de quase 3 milhões que não foram vacinadas”, alerta a médica, que é presidente da Câmara Técnica de Pólio do Ministério da Saúde e membro da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A infectologista destaca que as três doses da vacina intramuscular deixam as crianças protegidas contra os três sorotipos do poliovírus, enquanto as gotinhas imunizam apenas contra dois deles. Para os pais que perderam o momento dessa vacina ou atrasaram alguma das três doses, a especialista recomenda que retornem imediatamente aos postos para continuar o esquema vacinal de onde ele foi interrompido.
“Se uma criança tomou uma vacina e ficou três anos sem receber nenhuma outra dose, ela tem que receber a segunda dose e, dois meses depois, receber a terceira. Ninguém recomeça o esquema, tem que continuar de onde parou. E continuar com a vacina intramuscular”, afirma a médica.
Vacinação começa no dia 08/08
No próximo dia 8 de agosto, milhares de postos estarão abertos para a campanha. É fundamental que os responsáveis levem a caderneta de vacinação, para que os profissionais possam avaliar se a criança deixou de receber alguma vacina do calendário do SUS.
A vacinação contra a Poliomielite é recomendada para crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade, como doses do esquema básico. Sendo descrita sob duas formas distintas, a saber:
a) vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (VOP) é apresentada sob a forma líquida em frasco multidose, sendo apresentada, geralmente, em bisnaga conta-gotas de plástico; e,
b) vacina de poliomielite VIP (aos 2 e 4 meses) e uma dose da VOP (aos 6 meses), com intervalo de 60 dias entre as doses e mínimo de 30 dias.
c) São realizadas doses de reforço com a VOP aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
O Sintect-SP destaca que o engajamento dos trabalhadores e da população em geral é fundamental para o Brasil se manter livre de doenças que podem levar à morte ou deixar sequelas. Compareça às Unidades Básicas de Saúde (UBS). Vacinar é um ato de amor e carinho!
Com informações: UNICEF, Agência Brasil – EBC e Ministério da Saúde